Texto escrito pela Profª Maria Regina Silva - Geografia
Reflexão em JEIF com os professores para tomarem conhecimento do
Projeto Sustentabilidade "Pequenas Ações, Grandes Resultados"
Alguns filósofos de
antigamente chegavam a duvidar de sua própria existência. Acreditavam que na
realidade só existiam idéias. O mundo, a natureza, a vida eram só idéias ou
produto delas. Pode parecer estranho, mas tinham seus argumentos.
Foi o filósofo francês Descartes quem, partindo de suas
dúvidas, invalidou toda a argumentação dos
colegas.
Resumidamente, o ponto de partida do pensamento de
Descartes pode ser expresso assim: Tenho
dúvidas sobre muitas coisas, portanto penso, logo existo.
É evidente que se
tenho dúvidas sobre uma ou mais coisas é porque estou pensando. E pensar prova minha existência, minha vida de
um ser racional. Sim, de um ser
racional, porque um animal irracional apenas age conforme a vida se apresenta,
por instinto ou reflexo. Não duvida, não contesta, não propõe, enfim, não pensa.
Por que, então, não agirmos sempre como seres racionais
duvidando e contestando alguns aspectos de nossa vida? Ou seja, pensando nela e
agindo no sentido de melhorá-la? Ou será que o penso, logo existo foi
definitivamente derrotado pelo consumo,
logo existo?
Quando nos referimos
à nossa vida, vem à mente a vida
perfeitamente individualizada de cada um de nós. Vamos colocar uma dúvida para
iniciar nosso pensamento: será que existe vida perfeitamente individualizada?
Claro que não!
Nem a ficção literária poderia imaginar possível um ser humano atual
sobreviver se isolado da sociedade, sem
nenhum instrumental tecnólogico atual ou do passado. De que maneira iria
satisfazer suas necessidades vitais como alimentação, abrigo, proteção contra o
frio e o calor, carências as mais diversas, inclusive as afetivas? E se
sobrevivesse seria graças a outro fator que o liga por toda a vida à sociedade
humana: o conhecimento e as habilidades que
a humanidade desenvolveu desde o passado mais remoto e que ele adquiriu
enquanto esteve com seus semelhantes.
Pode-se,
então, concluir que a vida perfeitamente individualizada é uma ilusão. A vida
do indivíduo está ligada e depende da vida de outros indivíduos que em conjunto
compõem a sociedade humana.
Mas a sociedade humana perfeitamente isolada é outra
ilusão, pois suas necessidades vitais são satisfeitas pelo meio ambiente
natural: água, ar, minerais e seres viventes ( vegetais e animais). O meio
ambiente natural é, pois, vital para
cada indivíduo e para a sociedade humana como um todo, e dele não podemos nos
isolar.
Outro aspecto importante é o duplo caráter da vida: ela é
passageira no indivíduo e duradoura na espécie a que ele pertence. Ou seja,
recebemos nossas vidas dos antepassados e a transmitamos às gerações seguintes.
Nos seres humanos a vida não deve ser vista sómente no aspecto biológico, mas
também no aspecto cultural e social. Assim transmitimos às gerações futuras não
só uma carga genética, biológica, mas também nossos usos e costumes, nossos
conhecimentos, nossos valores. Enfim, transmitimos também nossa cultura, que
cada nova geraçao vai mudando de forma mais ou menos rápida.
Tendo-se claro o que foi exposto, pode-se concluir que
cada ser humano, com exceção dos suicidas, tem o dever moral de, solidária ou
isoladamente, preservar o meio ambiente
para si e para todos, inclusive para as futuras gerações que vão continuar nossa
vida. Jamais esquecendo que meio ambiente também é sua própria casa, sua rua,
seu bairro, sua escola, seu local de trabalho ou de lazer.
Vamos existir, vamos pensar, vamos pesquisar:
1- O
que poderia ser criticado no consumo atual por afetar seriamente o meio
ambiente?
2- O
que você poderia fazer, isoladamente ou com seus colegas, em benefício do meio
ambiente?
Vamos
pensar, vamos existir, vamos conhecer, vamos agir.
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